21 de junho de 2022
Obra será lançada na tarde desta terça-feira, na Feira do Produtor, lado vermelho da Praça dos Bois, na avenida Paraíba, próximo ao bumdódromo

Está confirmado para esta terça-feira (21), às 15 horas, o lançamento do livro “Vestígios de Curandage”, da escritora parintinense, educadora popular Fátima Guedes. A obra será apresentada aos leitores no espaço da Feira do Produtor, no lado vermelho da Praça dos Bois, na avenida Paraíba, próximo ao bumbódromo.
Na manhã de quarta-feira (22), Fátima Guedes apresenta “Vestígios e Curandage”, em manhã de autógrafos na Estação da Cultura, que a Secretaria de Estado da Cultura realiza no Estádio Tupy Cantanhede, próximo à Praça da Liberdade, centro de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus).
Ainda como parte da programação de lançamento da obra, a escritora estará nos dias 25 deste mês em Manaus, no projeto Jaraqui, na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia) e 26 na Feira de Artesanato e Gastronomia da avenida Eduardo Ribeiro, banca da livraria O Alienista.
A organização da obra começou há cerca de um ano, quando Guedes foi motivada a organizar uma série de entrevistas capturadas a partir de 2008 em entrevistas com curadores populares adeptos das práticas popular/tradicionais de saúde. Após definir o conteúdo, ela se lançou em busca de apoios para a publicação em forma de livro. '“Vestígios de Curandage' é a quarta obra da escritora, definida com edição independente.
Ancestralidade- Segundo a autora, a obra é uma forma de resgate da ancestralidade a partir das práticas popular/tradicionais de saúde. “A história da medicina é milenar e nasce da experiência e observação das populações tradicionais em seus diálogos perenes com a biodiversidade.
A caraterística dessas populações centrava-se no cuidar da vida a partir de jeitos naturais variados, posteriormente incorporados, aperfeiçoados ou modificados pelo tecnicismo mercadológico”, explica Fátima Guedes.

"Nosso tempo é breve e urge por interlocuções solidárias", destaca, afirmando que "são acordes, talvez acenos tardios, porém plenos de esperançamentos; despertares de interatividades sobre Vestígios de Curandage – gotas de sobrevivências ao memoricídio cultural, no município de Parintins, um pedaço de Amazônia conhecido no Brasil e em outros países através de seu festival folclórico, realizado no mês de junho", completa.
“Independentemente do anonimato sistêmico a tão necessária base cultural, teimoseamos reafirmar indeléveis vestígios, sempre ativos quando as práticas de cuidados naturais de saúde exigem a sábia intervenção de nossos curadores populares. Hoje, no real-concreto da Amazônia, aqui, ali; um/a e outro/a timidamente mantêm os diálogos com a sabedoria dos cuidados advinda de nossas ancestralidades”, destaca.
Para ela, “a coletânea dos Vestígios, registrados a partir de 2008, exigiu perseverança, amorosidade e crença em possíveis acolhimentos de leitores sensíveis à causa, considerando-se que a historicidade da maioria de nossos curadores mantém-se anônima: sobrevive em tímidas e acanhadas lembranças; vagueiam nas memórias de familiares, de amigos, sem que muitos deles tenham a real percepção da importância do valoroso acervo na construção de modos de vida humanamente justos e solidários”.
Por sintonizar e cultivar em suas vivências a sabedoria dos povos tradicionais (matriz da ciência acadêmica em vigor) sobre a importância de uma saúde coletivizada, Fátima Guedes desbrava silêncios colonizantes, academicistas e, ao mesmo tempo, desafia-se partejar vestígios de nossa curandage caboca - essência cultural dos nativos amazônidas. "Sabedoria e conhecimento divergem em natureza semântica, porém são estradas de mão dupla. A eficácia terapêutica da sabedoria popular/tradicional desafia tempo, espaço e cientificismo. Resgatá-la é a ordem. Preservá-la é obrigação dos construtores do Bem Viver", afirma Fátima Guedes.
Texto e fotos: Divulgação